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2012-10-31

Lua azul

Já publiquei algumas mensagens a divulgar o blogue fotográfico Floresta Encantada, do meu amigo Ricardo Machado. A mensagem de hoje é novamente inspirada em algumas das suas fotografias que retirou na noite de Lua Cheia do dia 31 de agosto deste ano. Vi as fotos no seu blogue e lembrei-me da história relacionada com o nome que hoje em dia lhe é dado: Lua Azul. O termo é uma tradução direta do inglês “blue moon”, que se vulgarizou para designar o acontecimento raro de termos duas luas cheias no mesmo mês; contudo esta designação folclórica é muito recente, vulgarizou-se na década de 80 do século XX e a sua difusão deveu-se a um erro de interpretação de James Hugh Pruett (1886-1955), astrónomo amador que viveu em Eugene (Oregon) e que publicou um artigo no número de março de 1946 da revista Sky & Telescope, intitulado "Once in a Blue Moon".

Atualmente a expressão Lua Azul designa a segunda Lua cheia de um mesmo mês. Sendo o período sinódico da Lua ligeiramente superior a 29 dias, há alguns meses de 30 ou 31 dias que contemplam duas Luas Cheias; foi o caso do passado mês de agosto que teve duas vezes Lua Cheia nos dias 2 e 31. Contudo, nem sempre foi assim

É verdade! Há alturas em que a Lua fica azul. Esse fenómeno é muito raro e deve-se à presença de partículas sólidas, provenientes de violentas erupções vulcânicas,  que ficam em suspensão na atmosfera . Já deve ter reparado que quando a lua nasce ou se põe no horizonte aparece com uma cor avermelhada. O mesmo acontece com o Sol; quem nunca se deliciou com os rasgos vermelhos e laranjas de um por do Sol?! Isto acontece porque as partículas sólidas suspensas na atmosfera são muito pequenas e tendem a refratar a luz azul dando os tons avermelhados aos dois corpos celestes. Esta situação só é percetível quando os corpos se encontram junto à linha do horizonte porque a quantidade de atmosfera que a luz tem de atravessar até chegar aos nossos olhos suficientemente grande para permitir que o fenómeno se manifeste de forma percetível. Contudo, há alturas em que a Lua aparece azul; este raro fenómeno deve-se à presença de partículas sólidas na atmosfera de tamanho maior que as habituais. Estas partículas de maior tamanho são, geralmente, cinzas provenientes de erupções vulcânicas - existem diversos testemunhos que relatam a cor azulada da lua depois da explosão do vulcão de Cracatoa, no dia 27 de agosto de 1883. As partículas, sendo maiores, difratam a luz vermelha fazendo com que a Lua adquira um tom azulado.

Calendário segundo os critérios do S&T e do MFA
A expressão "Blue Moon" foi utilizada por escritores, de língua inglesa, no século XVI. Entre as citações mais antigas encontra-se um trabalho de William Barlow, Bispo de Chicester; o Treatyse of the Buryall of the Masse, datado de 1528 onde refere em tom sarcástico "Yf they saye the mone is belewe, We must beleve that it is true". Ainda que haja quem defenda que o uso da expressão "Blue Moon" como sinónimo de algo raro está presente na oralidade da língua inglesa desde tempos ancestrais, somente três séculos depois das referências do Bispo william Barlow é que se encontram referências escritas à expressão como sinónimo de algo raro ou impossível; porém, há quem defenda que a sua presença na oralidade da língua inglesa é muito anterior. Uma referências escritadata de 1821 e encontra-se no livro Real Life in London de Pioerce Egan: "How's Harryand Ben? - haven't seen you this blue moon. Se o surgimento da expressão se deve ao raro evento que referi no segundo parágrafo deste texto ou a outra razão qualquer não sabemos; contudo pode especular-se acerca de uma possível relação entre ambos.

No século XIX o Maine's Farmer's Almanac, uma publicação de cariz folclórico, como o nome deixa adivinhar, publicava as fases da Lua e atribuía nomes  às diversas Luas Cheias; por exemplo, as três luas da estação estival chamavam-se Hay Moon, Corn Moon e Harvest Moon. De um modo geral, cada estação do ano, tem a duração aproximada de três meses e contempla três Luas Cheias. Contudo, devido à diferença do número de dias entre um mês solar e os meses do calendário solar, por vezes acontece que numa das quatro estações surge uma quarta Lua Cheia, perfazendo um total de 13 noites de Lua Cheia num ano solar, ao contrário das mais comuns 12. O Maine's Farmer's Almanac, nesta situação, mantinha o nome da última Lua da estação e apelidava a terceira Lua de "Blue Moon", ou seja, um verão com quatro noites de Lua Cheia teria uma Hay Moon e uma Corn Moon seguida de uma Blue Moon e terminaria com a Harvest Moon.

Em 1937, James Hugh Pruett consultou o clendário lunar do Maine's Farmer's Almanac e confundiu a designação com a segunda Lua Cheia do mesmo mês e, em 1946, publicou um artigo no Sky & Telescope intitulado "Once in a Blue Moon" onde designava a segunda Lua Cheia do mês como "Blue Moon". Foi a partir desta incorreção que se começou a vulgarizar o significado atual da expressão "Blue Moon" entre a comunidade de astrónomos amadores. A expressão ultrapassou definitivamente esta fronteira em 1985 quando, numa publicação para da crianças de Margot McLoon-Basta e Alice Sigel intitulada "Kid's World Almanac of Records and Facts", foi utilizada como sendo a segunda Lua Cheia que ocorre no mesmo mês do calendário solar.

"Blue Moon" foi também resposta a uma pergunta da versão inglesa do famoso jogo "Trivial Pursuit" sobre o nome da segunda Lua Cheia que ocorre no mesmo mês do calendário solar.

A expressão começou a ser usada na língua portuguesa devido à tradução literal desta carta do jogo e, mais recentemente, divulgada pelos meios de comunicação social.

A título de curiosidade, sabia que, no ano de 1999, aconteceu algo interessante? Nesse anos, o mês de fevereiro não foi contemplado com uma noite de Lua Cheia e os meses de Janeiro e Março tiveram ambos Luas Azuis. Em 2018 irá acontecer o mesmo.

Agora já sabe. Da próxima vez que ouvir falar de uma Lua Azul não se espante se quando a olhar no céu noturno a sua cor não diferir em nada da Lua das outras noites.

Créditos
Foto: Lua Azul, por Ricardo Machado (Flickr).

2012-10-29

Apelo ao Embaixador do Brasil em Portugal contra o suicidio/etnocidio/extreminio de Índios na Amazónia

Ex.mo Sr. Embaixador do Brasil em Portugal

O Povo Português, envia-lhe esta missiva, com indignação e revolta, pelos acontecimentos na Amazónia. Mais propriamente o suicídio/etnocídio/extermínio dos Índios.
Poder-se-á evocar a Carta dos Direitos Humanos, de 10 de Dezembro de 1948, pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Já que este acontecimento sobrepõe-se a todo o tipo de interesses de carácter meramente economicista, quando não especulativo, impositivo, antinatural e anti cultural...diria até contra o interesse nacional da própria República Federativa do Brasil!
Assim como evocar toda e qualquer importância a nível ambiental e de preservação da Natureza, sabendo que a Amazónia é o pulmão do Planeta Terra, quando não o mais importante.
Tem uma riqueza inqualificável de fauna e flora, protege espécies que a probabilidade de sobrevivência seria mui escassa noutro local.
"Preservar os povos indígenas, é antes de mais contribuir para a continuação não só dum tipo de vivência humana, mas também para que espécies ameaçadas de extinção, assim como a preservação do Meio Ambiente Mundial estarão a salvo, para as gerações futuras.
Não podemos, nem devemos sobrepor o interesse económico que poderá existir com o interesse da Defesa do Meio Ambiente, e do Ser Humano!
Para terminar concluímos que a consciência da Humanidade não pode mais condescender com a violação de qualquer tipo de Direitos Humanos. Ocorra essa violação em que parte do Mudo for, neste caso o Brasil, um país irmão e amigo de Portugal. De resto, condescender neste tipo de violações será condescender na continuação da abertura de caminhos que atentam contra a Humanidade inteira! Falamos de Pessoas, não falamos de números! De resto ainda, sendo a base de apoio do Governo do Brasil, é de estranhar que o mesmo Governo não tenha já aclarado a sua posição junto do poder Judicial, com todo o respeito pela Soberania do Brasil, pela sua Democracia e seu desenvolvimento e pela competência dos três poderes tão distintamente homenageados na capital Federal Brasília!
Assim, o Povo Português pede encarecidamente, a Sua Excelência que faça chegar este nosso apelo, ao qual juntamos as assinaturas necessárias, dum Povo irmão e solidário com a dor e revolta que este suicídio/etnocídio/extermínio, possa provocar a todo o Povo Brasileiro e pensamos que do Mundo inteiro, que visa a sua preocupação para com a Natureza e o Ser Humano, a sua Excelência a Sra Presidente Dilma Rousself.
Sem mais, enviamos cordialmente os nossos estimados e sinceros cumprimentos, aguardando com Esperança e expectativa, a sua preciosa apreciação a este nosso apelo sentido.
Somos o Povo de Portugal, unido em pensamento e em fraternidade, com o Povo irmão Brasileiro.

2012-10-27

Vegan? 'com todo o prazer.

Vegan? 'com todo o prazer, é uma reportagem de Gabriela Oliveira que traça o retrato de seis vegans portugueses:
  • Maria Oliveira Dias - atriz e pasteleira vegan;
  • Filipa Antunes - campeã nacional de halterofilismo;
  • Paula Pérez - empresária;
  • Nuno Metello - ativista no Movimento Segundas Sem Carne;
  • Maria de Lourdes Carapelho - blogger;
  • Orlando Figueiredo - professor.
A reportagem saiu ontem (26-out-2012) na revista Tabu do jornal Sol (pp. 44-50).

OL -27-10-2012

2012-10-26

O Estado da Nação



Portugal é o único país da Europa a 15, onde trabalhar não liberta da pobreza.

Os deputados são eleitos pelos cidadãos, mas estão ao serviço de quem os financiou.

2012-10-19

Um templo para Monsanto...

... é um projeto da União Budista Portuguesa que visa construir um templo em Monsanto - a Casa da Paz.
O projeto visa recuperar um antigo edifício degradado junto ao Miradouro da Luneta dos Quartéis no Parque Florestal do Monsanto bem no meio da natureza. Apesar da sua génese budista, a Casa da Paz pretende promover o encontro entre diversas tradições religiosas e não religiosas; constituir-se como um espaço de diálogo sobre o Eu, o Outro e o Mundo. 
Paralelamente pretende-se oferecer à população não só atividades relacionadas com o budismo e a prática da meditação, mas também seminários, workshops, retiros e cursos, bem como atividades culturais e sociais onde autoconhecimento, a paz interior, o respeito pela natureza e pelos seres vivos e o diálogo intercultural e interreligioso.
A contribuição de cada um é valiosa para a concretização deste sonho. Pode efectuar o seu donativo através da conta n.º 0010 0000 47676430001.17 ou entre em contacto connosco através do email umtemploparamonsanto@uniaobudista.pt.

2012-10-17

A camorra

Um triste retrato de um Portugal governado por corruptos e criminosos. O acontecimento foi no prós e contras e, sem aportar grande novidade, desde o Presidente da República, ao Primeiro-Ministro sem deixar de passar pelo licenciado à pressão Miguel Relvas, não há um que escape. E não... já não me convencem de que isto é o retrato de um povo. Talvez seja de alguns deste povo, mas o povo Português é melhor, muito melhor, que estes canalhas que o tem explorado.



2012-10-15

PANDebate -- Água: bem essencial, bem comum!

No próximo dia 24 de Outubro, pelas 18h30, irá decorrer mais um PANdebate que tem por tema a Água. Nele participarão o Nuno Vitorino da Plataforma Água é de Todos que irá abordar a temática da privatização das águas, Isabel Rosa da EcoAldeia Tamera que nos vai apresentar o projeto 1000 Lagos para o Alentejo e Cristina Rodrigues, doutoranda no Manchester Institute for Research and Innovation in Art & Design, que irá discutir o problema da Desertificação.
O PANDebate tem lugar no Instituto Macrobiótico de Portugal - R. Anchieta, n.º 5 - 1.º esq. (Chiado).
A participação é gratuita, mas é necessária inscrição que pode ser feita pelo email pandebates@pan.com.ptpandebates@pan.com.pt ou através do telefone 213 426 226.