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2012-06-30

Cidades Fantasma: a farsa do crescimento económico da china

É do conhecimento comum que as obras públicas são usadas com estimulo económico importante em qualquer país cuja economia se sustente no capitalismo predatório; contudo a China dá um novo significado a este conceito. O governo chinês procura estimular a sua economia construindo cidades fantasmas. Estima-se que neste momento existam cerca de 64 milhões de apartamentos desabitados nas múltiplas cidades fantasmas chinesas. Para termos uma ideia, se fosse oferecido um apartamento a cada português e a cada espanhol, ainda sobravam cerca de 8 milhões de apartamentos por ocupar. são números loucos com implicações na economia mundial e com impactes ecológicos inimagináveis.
O documentário com a assinatura de Adrian Brown, repórter da cadeia televisiva australiana SBS, tem a duração de 14m38s.
Depois de ver o documentário pode explorar, usando o mapa google embutido, a vista aérea Ordos, uma das mais conhecidas cidades fantasma chinesas, situada no interior da Mongólia, que custou 5 mil milhões de dólares.
Use os controles de zoom do mapa e testemunhe a quase total ausência de carros nas ruas de Ordos. No final do artigo encontra uma lista de hiperligações para mapas do google que testemunham o mesmo fenómeno em mais seis cidades fantasma.



Zhengzhou New District, Henan
South China Mall, Dongguan
Ordos, Inner Mongolia
Erenhot, Xilin Gol, Inner Mongolia
Dantu, Zhenjiang, Jiangsu
Yunan University Campus, Yunnan, Changgong


Créditos

2012-06-29

Século XXI: Que educação? Que escola?

Green School,Bali Indonésia(clica para aumentar)
Texto (adaptado) que publiquei na revista Água e Cultura (Jan.2007)
A ciência moderna impregnou-se nos sistemas de ensino construindo mundividências materialistas, segmentadas, e reificadas de uma realidade, supostamente, distante e independente do observador que a estuda. Estas perspetivas, tendo por base as ópticas empiro-positivistas de Comte e Bacon e o racionalismo cartesiano, pressupõem a possibilidade de conhecer, objetivamente, o mundo natural e têm por propósito o seu controlo e domínio. Em oposição a esta forma de olhar, no século XX, pela mão de diversos filósofos da ciência, entre os quais se contam Popper, Kuhn e Feyerabend, surgem epistemologias de índole construtivista que questionam a natureza da indagação e do conhecimento produzido pela ciência. Em resultado da instalação da dúvida de que a ciência seja uma epifania do real, começam ouvir-se vozes que reclamam da empresa científica não o domínio, mas antes a harmonia do mundo humano com o mundo não humano. Emerge uma perspetiva ecocêntrica de ciência onde esta assume o propósito compreender o mundo para (re)construir sociedades que adotem e mimetizem os processos cíclicos da natureza em detrimento dos processos lineares, com baixos rendimentos e produtores de grandes quantidades de resíduos, caraterísticos da antropocêntrica ciência moderna.

2012-06-28

El gran océano (Pablo de Neruda)



SI de tus dones y de tus destrucciones, Océano
a mis manos
pudiera destinar una medida, una fruta, un fermento,
escogería tu reposo distante, las líneas de tu acero,
tu extensión vigilada por el aire y la noche,
y la energía de tu idioma blanco
que destroza y derriba sus columnas
en su propia pureza demolida.

2012-06-26

Belo Monte, Anúncio de uma Guerra

No dia 17 deste mês foi colocado online o documentário independente Belo Monte, Anúncio de uma Guerra. Com a duração de 1h 44m, o filme contem imagens recolhidas ao longo de 3 expedições à região do rio Xingu, Altamira e arredores, São Paulo e Brasília.
Contém imagens e fatos reveladores sobre a maior e mais polêmica obra em andamento no Brasil.
No início do filme pode ler-se a frase "Este filme foi financiado pelo público". De facto a edição e finalização foram financiados por mais de 3.429 pessoas no site Catarse. Para saber mais sobre a campanha de financiamento coletivo acede a http://catarse.me/pt/projects/459-belo-monte-anuncio-de-uma-guerra.


2012-06-25

Carta do Rio de Janeiro



Luísa Schmidt, no artigo "As Malhas do Mundo" publicado no jornal Expresso de sábado passado, afirma que:

"Desta cimeira [Rio+20] leva-se, assim, um sentimento duplo: por um lado um pessimismo lúcido, porque os governantes mais uma vez transformaram uma oportunidade num oportunismo e adiaram as urgências para um tempo que já não temos.
[...]
Por outro lado, também se leva daqui um otimismo igualmente lúcido, quando se percebe que o mundo anda a construir-se nos interstícios e, à medida que isso acontece, esses interstícios revelam afinal que afinal há mais mundos dentro do Mundo numa grande rede que vai construindo o seu próprio caminho, que não é 'alternativo' nem apenas reativo, mas real e concretizável. É sobretudo aí que está tudo a ser feito: as ideias novas, a criatividade, a esperança, os projetos inovadores, a solidariedade e sobretudo a inteligência e a alegria. ..."

O nó visível dessa rede de mundos onde a solidariedade, a inteligência e a alegria impera saiu a Carta do Rio de Janeiro, uma carta pela justiça e contra a mercantilização da vida e dos bens comuns. Lê-a e inspira-te.

2012-06-24

Cada árvore é um ser para nós (António Ramos Rosa)

Cada árvore é um ser para ser em nós

Cada árvore é um ser para ser em nós
Para ver uma árvore não basta vê-a
a árvore é uma lenta reverência
uma presença reminiscente
uma habitação perdida
e encontrada
À sombra de uma árvore
o tempo já não é o tempo
mas a magia de um instante que começa sem fim
a árvore apazigua-nos com a sua atmosfera de folhas
e de sombras interiores
nós habitamos a árvore com a nossa respiração
com a da árvore
com a árvore nós partilhamos o mundo com os deuses

(António Ramos Rosa)

Créditos
Foto: my tree at dusk, por joiseyshowaa (Flickr).

2012-06-22

A Morte dos Oceanos (documentário da BBC)

A Morte dos Oceanos é um documentário da BBC, apresentado por Sir David Attenborough, onde se discutem os problemas que a atividade humana coloca aos Oceanos enquanto suporte de vida. São 59 minutos de uma história que tem tanto de triste como de maravilhosa, ilustrada por belas imagens em movimento.
Legendado em Português (pt_BR).


2012-06-21

Rio+20, o falhanço adivinhado


O falhanço histórico que a Declaração da Cimeiro Rio+20 ameaça ser é mais um incentivo aos movimentos globais para tomarem as rédeas do mundo e darem continuidade aos processos de democratização radical que têm surgido um pouco por todo o planeta.
O texto (provisório) da declaração Rio+20 dá prioridade aos mercados e ao crescimento económico, considera — com o apoio de países como a França que tem incentivado o estabelecimento das ruinosas parcerias público-privadas — a intromissão do setor privado na governação e na cooperação internacional como uma panaceia e uma mais valia e obriga os povos mais pobres do planeta a pagarem a conta. As corporações multinacionais são ilibadas de responsabilidade sobre o desenvolvimento insustentável da economia e não têm de se preocupar com os impactes negativos na sociedade e no ambiente das suas atividades. A violação dos direitos humanos a que milhões de pessoas estão sujeitos e que resulta da ação direta ou indireta destas corporações também não será, formalmente, alvo da sua preocupação. Não existe qualquer referência no texto ao estabelecimento de ligações entre as mudanças climáticas e a agricultura nem são apresentadas quaisquer medidas preventivas sobre este assunto; esquecem-se de mencionar as medidas regulatórias das práticas agrícolas, mas não os incentivos ao investimento privado neste setor.

Este é um (des)acordo suicida, do ponto de vista social, ambiental e dos direitos humanos, que apenas visa a propagação da crematística do capitalismo predatório disfarçado de “Economia Verde”.
Perante isto apenas resta a pergunta: “Estamos à espera de quê?” O processo de deslegitimação, que a comunidade internacional vetou a si própria, apenas deixa uma alternativa a de avançarmos nós, as bases populares – the grassroots, e tomarmos o compromisso de fazer as mudanças necessárias nas nossas mãos. Precisamos estabelecer uma cooperação planetária, desenvolver novos estilos de vida miméticos e respeitadores da natureza, humana e não humana. E podemos fazê-lo, como nunca foi possível, usando a criatividade das nossas mentes, o trabalho dos nossos braços, a empatia do nosso coração e a rede neuronal terráquea que estás a usar para ler este blogue.
Estás à espera de quê?
É a Hora! — disse o poeta.

2012-06-20

Entrevista com Michael Madsen, o realizador the Into Eternity.

What are your personal views on nuclear energy? É assim que Michael Vazquez começa a entrevista a Michael Madsen, realizador e narrador do filme Into Eternity: a film for the future a quem dediquei um artigo no dia 3 deste mês. O filme relata o início da construção de Onkalo, um depósito para resíduos nucleares situado na Finlândia. Into Eternity só pode relatar o início da sua construção porque se estima que esta se prolongue por mais de 100 anos.
São 51 minutos e 51 segundos de conversa lúcida, realista e desapaixonada sobre o filme e sobre a questão da energia nuclear e dos resíduos que daí resultam que, independentemente de decisões futuras, é já hoje um problema que temos de abordar. 


2012-06-19

Rio+20: o desapontamento esperado

Se há alguma expectativa que a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, Rio+20 não logra é a expectativa de não haver grandes expectativas em relação aos resultados desta cimeira. Segundo Paulo Prada e Nina Chestney da Reuters, o entusiasmo desvanece quando comparado com a Cimeira de 1992, a crise na Europa e a queda das bolsas desvia as atenções e o abismo entre as metas estabelecidas pelos países ricos e pelos países pobres mantém-se. Em vez de energia limpa, alimentação, preservação dos oceanos e outros tópicos agendados para debate, o foco é deslocado para as oscilações económicas na Europa, os tumultos do Médio Oriente e a campanha presidencial nos EUA.

2012-06-18

Ordenando árvores (uma mensagem em tons de laranja e verde como este blogue)

Na mensagem que aqui deixei ontem, intitulada Chegou o Momento de Agir - Uma Declaração Budista sobre as Alterações Climáticas, está uma foto de uma das mais belas e criativas formas de proteger a natureza: a Ordenação de Árvores. Tanto quanto sei, a ideia começou na Tailândia, onde a escola budista Theravada tem um forte representação e é conhecida pela Tradição da Floresta. Frequentemente refere-se a alienação da tradição budista dos problemas mundanos e como aqueles que se empenham, seriamente, na prática da meditação se afastam do mundo. Se isso foi verdade em tempos, é também sabido que os estudantes e praticantes do Dharma do Buddha estão cada vez mais ativos nos diversos contextos sociais em todo o mundo, sobretudo no que diz respeito à defesa e preservação dos espaços naturais e no reconhecimento e divulgação da ideia de incompletude do humano que se alienou das suas raízes: a Natureza.


2012-06-17

Chegou o Momento de Agir - Uma Declaração Budista sobre as Alterações Climáticas

A Declaração Budista sobre as Alterações Climáticas resulta dos contributos de cerca de vinte mestres de todas as tradições budistas que participaram na redacção da obra A Buddhist Response to the Climate Emergency (Uma resposta budista à emergência climática), Wisdom Publications, 2009). O texto intitulado «Chegou o momento de agir» (tradução da versão original em língua inglesa The Time to Act is Now) de inspiração pan-budista, foi redigido por David Tetsuun Loy (mestre zen) e pelo venerável Bhikkhu Bodhi (mestre da tradição Theravada), contando ainda com a contribuição científica do Dr. John Stanley. Esta declaração tem como seu primeiro subscritor o Dalai Lama. Convidamos todos os membros da comunidade budista internacional preocupados com esta questão a lerem este documento e a juntarem a sua voz, subscrevendo-o. O original em inglês está disponível no website Ecological Buddhism: A Buddhist Response to Global Warming.

Clique aqui para assinar a petição.


2012-06-16

Tempestade no Twitter pra acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis

Os líderes mundiais vão se reunir no Brasil durante a Rio+20. No dia 18 de junho, faremos um alvoroço na internet para pedir que eles acabem com os subsídios aos combustíveis fósseis agora!

Está a formar-se uma tempestade no Twitter. Em junho, os líderes mundiais reunir-se-ão no Rio de Janeiro para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento sustentável Rio+20, No dia 18 de junho envie um tweet#endfossilfuelsubsidies exigindo que acabem com os subsídios aos combustíveis fósseis imediatamente.Ao mesmo tempo que se entregão os resultados da petição pelo fim dos subsídios aos combustíveis fósseis offline, surge esta mobilização online para enfatizar a questão.

2012-06-15

Pachamama — os direitos da Mãe Terra


A Bolívia, no seguimento da revisão constitucional que fez em 2009, aprovou há cerca de um ano, uma lei que reconhece à "Mãe Terra" direitos idênticos aos dos seres humanos. Por detrás desta inovadora e sensata medida está a recuperação das mundividências ancestrais, xamânicas e panteístas, dos povos nativos dos Andes. O direito à vida e à existência, à continuidade dos ciclos e processos vitais livres da alteração humana, à água pura e ao ar limpo, ao equilíbrio, à não-poluição e à não-sujeição a modificações celulares ou manipulações genéticas, são alguns dos 11 direitos constantes do projeto de lei.

2012-06-14

Economia Verde versus Economia Solidária (Leonardo Boff)

Com a aproximação da Rio+20 e o tema da Economia Verde em cima da mesa ficam hoje aqui algumas críticas avançadas pelo ativista brasileiro Leonardo Boff.
Boff nasceu no ano de 1938 em Santa Catarina deu aulas em diversas universidades dentro e fora do Brasil, foi professor visitante da Uiversidade de Lisboa e é doutor honoris causa pela Universidade de Turim. Recentemente (2012) publicou o livro "Sustentabilidade: O que é - O que não é", da Editora Vozes.
O texto que segue foi publicado pelo autor, no dia 4 deste mês, no seu blogue.

2012-06-13

Uma entrevista com James Lovelock (em inglês)

James Lovelock - A Final Warning: by Nature Video

James Lovelock é conhecido como o pai da teoria Gaia, a idéia de que todas as partes do planeta formam um sistema complexo de interação, como um único organismo. Nesta entrevista Lovelock lança um aviso para o planeta Terra e entusiasma-se sobre a sua viagem espacial que está próxima.
O vídeo faz parte do Canal youtube da Nature e foi carregado  no Dia da Terra (22 de Abril) do ano de 2009.

2012-06-12

Blue Marble

Blue Marble (clique para ampliar)
Blue Marble é o nome de uma das primeiras fotografias da Terra tirada do espaço, no dia 7 de Dezembro de 1972 pela tripulação da nave espacial Apolo 17 quando esta se encontrava a cerca de 45 000 km do planeta. Ainda que à data já existissem fotos com vistas da Terra tiradas do espaço, nomeadamente uma imagem do nascer da Terra tirada pela tripulação da Apolo 8 na véspera de Natal de 1968 e que é imagem de capa do Dossier n.º 1 — Gaia, modelo e metáfora do século XXI disponível neste blogue, Blue Marble foi a primeira foto que conseguiu captar o círculo terrestre completo e acabou largamente difundida nos meios de comunicação social em todo o mundo.
Segundo alguns autores, a possibilidade de olhar o planeta nesta perspetiva, de o ver como um todo, um sistema uno, teve um contributo fundamental no desenvolvimento da consciência ecológica e na construção das perspetivas e paradigmas sistémicos da Terra que os anos 70 de século XX viram emergir.

2012-06-11

Autobiography in five chapters


Chapter One
I walk down the street.
There is a deep hole in the sidewalk.
I fall in.
I am lost...I am hopeless.
It isn’t my fault.
It takes forever to get out.

2012-06-10

Home — O Mundo é a nossa casa

HOME foi feito para ser partilhado e agir pelo planeta!
(original narrado em pt_PT)




HOME é o nome de um filme de 2009 dirigido e narrado por Yann Arthus-Bertrand o famoso fotógrafo de vistas aéreas a quem dediquei a mensagem do dia 7/jun. O filme, à semelhança do restante trabalho do fotógrafo, alerta para a dimensão global dos problemas ambientais e de sustentabilidade e para a necessidade de os enfrentarmos de uma forma séria e eficaz. Trata-se, de facto, de um documentário sobre o sistema Gaia sublinhando as suas interdependências.

2012-06-09

Gaia, a Terra, um organismo vivo?

Cédric Lemery
No dia 20 de Abril de 2005, Cédric Lémery deu uma conferência, a convite do Sangha Rimay Lusófono então chamado Dharma Ling de Lisboa, intitulada "Gaia, a Terra um organismo vivo?".
Cédric Lémery, um antigo aluno da l'Ecole Normale Supérieure de Lyon (admitido em 1993), Agregado de Ciência Físicas (1996), Doutor em Física da Terra (2001), é actualmente professor de Ciências Físicas e Químicas no liceu (correspondente ao ensino secundário em Portugal) e animador de conferências e estágios pluridisciplinares. O texto que está a seguir à apresentação é da autoria de Cédric Lemery.

Carregue no botão "play" para ver a versão portuguesa do slideshow da apresentação.



2012-06-08

A Teoria de Gaia (parte II)

Clique para ampliar
A aventura de Gaia contínua. Com o passar do tempo a comunidade científica começa a olhar para esta teoria científica com mais credibilidade. A pressão dos movimentos ecologistas não é isenta de responsabilidades nesta mudança de atitude. Alguns setores mais ortodoxos adotam a designação de Ciência Sistémica da Terra (Earth Systems Science) em detrimento do nome original. No entanto, nos meios verdes mantêm-se a designação original e, em alguns sectores mais espiritualistas, desenvolvem-se conceções panteístas e de revivalismo do culto da Terra característico das sociedades xamânicas.
Clique para ampliar
Voltando aos aspetos materiais mais reducionistas, diferentes áreas do conhecimento debruçam-se em busca de evidências empíricas da existência do sistema gaiano. As buscas revelam-se frutíferas e algumas conjecturas são colocadas a debate.
Apercebemo-nos que as florestas tropicais — sendo a Amazónia o exemplo mais conhecido  e frequentemente chamada de pulmão da Terra, não nos podemos esquecer das manchas verdes da África Equatorial e do sudeste Asiático — não têm um papel tão importante na reposição do oxigénio e na remoção do dióxido de carbono da atmosfera.

2012-06-07

Yann Arthus-Bertrand captura o frágil planeta Terra em grande angular

www.yannarthusbertrand.org
Nesta conversa ricamente ilustrada, Yann Arthus-Bertrand expõe os seus três projetos mais recentes sobre a humanidade e o seu habitat: fotografias aéreas impressionantes de sua série "A Terra Vista de Cima", entrevistas realizadas pessoalmente no mundo inteiro e em destaque no seu projecto na internet, "Outros 6 mil milhões" e, o filme a ser lançado em breve "Lar", que documenta com vídeos impressionantes o impacto humano no meio-ambiente.




2012-06-06

The Sun

(Para ler devagar, saboreando cada estrofe, cada palavra; assim se deve ler Mary Oliver!)

Have you ever seen
anything
in your life
more wonderful
than the way the Sun,
relaxed and easy
floats towards the horizon

2012-06-05

Dia Mundial do Ambiente — 5 de Junho

Celebra-se hoje, pela 39.ª vez, o Dia Mundial do Ambiente, cuja cidade anfitriã este ano é o Rio de Janeiro. A temática deste ano é a Economia Verde. Muitas críticas têm sido feitas às boas intenções da economia verde. Na minha perspetiva o principal enviesamento desta ferramenta é a perspetiva antropocêntrica que têm sobre o mundo não humano, olhando os ecossistemas como entidades prestadoras de serviços. Será, porventura, pertinente relembrar a indignação com que Carl Sagan no seu livro Cosmos relata a presunção que uma das mais recentes espécies do planeta, o Homo Sapiens sapiens que apenas surgiu há cerca de 150 milhares de anos, olha o planeta terra como se fosse sua possessão e os ecossistemas como seus funcionários. É inegável que a qualidade dos ecossistemas é fundamental para o bem-estar das populações humanas, criticável é a atitude de arrogância que desenvolvemos para com o planeta que durante 4,5 mil milhões de anos congeminou, na sua mansa lentidão, e permitiu a nossa efémera existência. Bom seria que tomássemos a consciência de que o planeta e os ecossistemas já cá estavam muito antes de nós e que, certamente, permanecerão durante muitos milhões de anos após a nossa extinção como espécie. Bom seria que aprendêssemos a humildade de fazer parte do todo ao invés da boçalidade da sua apropriação.
Seria, contudo, insensato da minha parte jogar o menino fora com a água do banho. A economia verde pode ser uma ferramenta importante no combate às agressões ambientais, à pobreza e dar um importante contributo para o desenvolvimento das sociedades humanas. 
Em baixo poderá consultar o relatório (em inglês) PNUMA — Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente — (UNEP na versão inglesa da sigla), publicado em dezembro de 2011.

Um feliz dia Mundial do Ambiente.

2012-06-04

Floresta Encantada (Pinhal do Rei)

Floresta Encantada (Pinhal do Rei) é o nome do blogue de um amigo, o Ricardo Machado, com fotos fantásticas da natureza. O Ricardo consegue fazer a magia de captar a beleza de um instante em fotos que nos maravilham.
As imagens do blogue foram todas tiradas no Pinhal do Rei, uma mata que é parte integrante do Pinhal de Leiria, mandado plantar por D. Diniz, e que se situa, quase na totalidade, no concelho da Marinha Grande ocupando cerca de 2/3 da área deste município.
Segundo o Ricardo, a razão que o levou a abrir o blogue foi "por gostar de natureza e fotografia e considerar que o Pinhal do Rei tem muito potencial e beleza. Além disso há, a riqueza ambiental e biológica do local que deve ser divulgada e preservada".
Abaixo enconta alguns exemplos do seu trabalho.



Parque de Merendas da Garcia

2012-06-03

Into Eternity: a film for the future

Into Eternity (2010) é um documentário, com a duração de 75 minutos, realizado pelo dinamarquês Michael Madsen e relata-nos a história do nascimento de Onkalo, um depósito para resíduos nucleares que está a ser construído na Finlândia. Michael Madsen, que é também narrador e entrevistador no decorrer, do filme leva-nos numa viagem simultaneamente bela, pela excelente qualidade que Madsen pôs na realização do filme, e aterradora pelo conteúdo que nos choca e nos leva a perguntar que sociedade é esta que deixa tão pesada herança às gerações vindouras.
Onkalo é um termo finlandês que significa esconderijo e o termo é bem apropriado porque os finlandeses estão a cavar uma gruta com 500 m de profundidade que deverá ser selada dentro de 100 anos e espera-se que venha a permanecer assim, inalterado e não perturbado durante os próximos 100 000 anos. Só para termos uma ideia, os vestígios mais antigos da civilização humana tem cerca de 10 000 anos e não há nenhuma construção humana com essa idade. Na narração Madsen dirigi-se às gerações vindouras colocando-lhes perguntas sobre a forma como vivem, que tipo de fontes de energia usam, se são uma civilização tecnológica ou não... um conjunto de perguntas inquietantes que sublinham a incerteza subjacente ao uso da tecnologia nuclear.

2012-06-02

A teoria de Gaia (parte I)

Blue Marble
Na década de 70 James Lovelock, em colaboração com Lynn Margulis, avançou com uma ideia revolucionára: a hipótese de Gaia que lança um novo olhar sobre a vida na Terra. Esta hipótese surgiu na sequência de um pedido da NASA ao referido cientista, para conceber um método capaz de proceder à detecção remota de vida em Marte. A ideia era conceber um projeto que, eventualmente, envolvesse um dispositivo que pudesse ser transportado até ao planeta ou às suas imediações e aí fosse capaz de capturar informação que permitia inferir acerca da possível existência de vida em Marte. Lovelock, contudo, optou por abordar o problema a partir de outro ângulo. Sem sair da Terra poderia usar a informação sobre a composição química da atmosfera marciana para chegar a tal conclusão. O ar de um planeta sem vida, em virtude de se encontrar há milhões de anos sem grandes alterações deve estar próximo do equilíbrio químico. Na atmosfera de um planeta como a Terra, onde a vida prospera, isso não acontece porque, diariamente, são produzidos e consumidos novos gases capazes de reagirem quimicamente entre si.

2012-06-01

MIDWAY, um filme de Chris Jordan (tão belo e tão triste...)

Este é um trailer do filme MIDWAY de Chris Jordan. MIDWAY está a ser rodado à vários anos e os vários episódios estão disponíveis nos canais Vimeo e Youtube do projeto.


O projeto MIDWAY é uma poderosa viagem visual a um dos lugares mais recônditos do planeta onde se dá uma surpreendente e triste tragédia ambiental. Numa das mais remotas ilhas do oceano pacífico, dezenas de milhares de albatrozes bebés sucumbem com os seus corpos cheios de plástico proveniente da Great Pacific Garbage Patch uma mancha de lixo flutuante situada no Pacífico Norte.
A equipa de MIDWAY tem, ao longo de vários anos, voltado à ilha apenas para testemunhar a metáfora multi-layer da nossa época que são os ciclos de vida e morte destas aves.